Entrevista
Faremos da Ilha Marabá uma extensão da Escola Ambiental de Mogi das Cruzes
Guilherme Hirata
Em entrevista, a secretária de Verde e Meio Ambiente da prefeitura de Mogi das Cruzes, Maria Inês Soares Costa Neves, fala sobre o futuro da Ilha Marabá. Atualmente administrada por uma parceria entre a prefeitura e a empresa Bio-Bras, a ilha abriga o Núcleo de Educação Ambiental.
De acordo com a secretária, a intenção é ampliar o trabalho desenvolvido pelo Núcleo, com a implementação da Escola Ambiental de Mogi das Cruzes no local. A Escola Ambiental é um programa desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação para a formação e capacitação de professores das redes municipal, estadual e particular no que diz respeito à educação ambiental e conscientização sobre a preservação do meio ambiente. O objetivo é dar aos profissionais da educação condições de implementação de projetos ambientais em suas respectivas escolas.
A secretária reconhece o trabalho do Núcleo e, consequentemente, da empresa Bio-Bras. No entanto, não confirma a continuação da parceria, dadas as mudanças em relação ao uso da ilha.
Confira entrevista abaixo:
Qual a importância da Ilha Marabá para Mogi das Cruzes?
Bom, a Ilha Marabá é importante no sentido de ela estar situada num dos lugares mais valorizados e densamente povoado, que é o bairro Mogilar. Então, o objetivo é que se faça educação ambiental num grande centro urbano para que a gente possa levar informação de qualidade efetiva para essa comunidade.
Qual sua avaliação do trabalho de educação ambiental realizado pelo Núcleo?
O trabalho de educação ambiental tem que vir sempre em uma crescente. Não só a prefeitura, mas todo o pessoal que trabalha com educação ambiental há muito tempo, sabe da emergência e da urgância desse trabalho. Então, o trabalho foi muito bem desenvolvido. O que nós queremos hoje é ampliar esse trabalho.
A ilha passa por reformas, o que está sendo feito para evitar os alagamentos que, por muito tempo, assolaram aquela região próxima da ilha? Existe uma atenção para essa questão ou o que está sendo feito é uma reforma geral?
O alagamento da área da ilha aconteceu realmente esse ano. [Este é] um problema que não esteve pertinente à prefeitura, mas ao pessoal que é responsável pelo nível do rio Tietê. Nós estamos em reforma estrutural da ilha agora, porque queremos colocar lá um modelo inovador, que já é um modelo aplicado em Mogi das Cruzes na ilha. Mas, realmente, janeiro de 2010 foi algo bastante atípico. O alagamento na região tende, cada vez mais, minimizar. Esse ano as barragens estão lidando com um nível maior de segurança em termos de volume de água.
E quais são os projetos para a Secretaria de Verde e Meio Ambiente para a Ilha Marabá?
O projeto da Secretaria de Verde e Meio Ambiente para a Ilha Marabá é realmente fazermos dela uma extensão da Escola Ambiental de Mogi das Cruzes, que é um caso de sucesso.
Existe o projeto de construção do Parque Linear Várzeas do Tietê. Vai mudar alguma coisa em relação à Ilha Marabá? Ela faz parte do projeto?
Na verdade, a ilha está inserida na área de preservação do rio Tietê. Então, ela, com certeza, deve fazer parte sim. E o objetivo é que não haja mudanças, desde que ela já esteja estruturada, que é a nossa intenção estruturar a ilha para a continuidade do Parque Linear.
E a administração da ilha, como fica? A parceria com a Bio-Bras será renovada?
O contrato com a Bio-Bras foi vigente por um longo tempo. Este ano, dadas as mudanças de objetivo de uso da ilha, de torná-la mais funcional no sentido de efetivar educação ambiental na comunidade e também em parceria com a Secretaria Municipal de Educação torná-la uma extensão da Escola Ambiental, vamos estudar a situação.
Em vários pontos da ilha encontramos lixo que comprovam a entrada de pessoas no local. Existe a possibilidade da entrada de pessoas na ilha? A Guarda Municipal faz um serviço preventivo? Ou fica a cargo da Bio-Bras?
A Guarda tem um trabalho efetivo, tanto que a ilha possui um sistema de alarme que é monitorado e passa por manutenções constantes. Nós temos uma pessoa da Guarda que dá apoio tanto à ilha quanto ao prédio próximo que também pertence à prefeitura municipal. Essas invasões, normalmente, vem do outro lado do rio (oposto à entrada do Núcleo). Então, esse é um problema. O lixo está vindo também pelo próprio rio.